Diário de uma Mãe - 6º Mês do bebê

Ausência virou rotina aqui, eu sei, não me perdoo muito por isso, nem vocês deveriam, mas a verdade é que não tem jeito, a gente perde o jeito. Vocês possivelmente não entenderam a explicação, mas é bem isso mesmo, algo para não entender, apenas para aceitar.

A ficha já caiu, isso é fato, mas e a aceitação, a coordenação, a integração, a adaptação, a duração, a intenção, a doação, a ingestão, a pulsação, como estão?

Nada se sabe, apenas o ser mãe em particular te mostra no seu oculto o que realmente é, você imagina, almeja, deseja e planeja, mas nada está sob seu controle, você apenas se ilude com planos e tabelas, projetos e coisas, mas absolutamente nada sai como imaginava ou ao menos planejou.

Ser mãe é intenso, forte, agressivo, possessivo e instintivo, no final sem na verdade haver fim tudo se encaixa, mas nada de fato é como se imaginava.


AVISO - Tô escrevendo isso depois de duas taças de vinho então se houver momentos em que o texto parecer sem sentido algum ignore.

Completamos então por fim os seis meses, sem tirar nem por, e como foram ao longo dos dias, ahhh sei lá, descubro que vivemos fases, fases após fases, descubro que sou tão fraca e tão forte ao mesmo tempo, descubro que sou imensamente incapaz e incrivelmente capaz, desnecessária e essencial ao mesmo tempo e que tenho uma necessidade imensa de me distrair, mas nunca deixo minha preocupação com um ser minusculo que chamo de filha de lado.

É extremamente estranho, desejar descansar e oxigenar a mente do bebê, mas no momento que tenho para isso só penso no bebê e não vejo a hora de voltar a rotina insana de mais um dia naquela linha de produção que é a troca de fraldas / outras atividades pro bebê.

Interessantíssimo como eu giro em torno do bebê, ele é como o Sol, estamos sempre ao seu dispor, é como um trabalho mau pago rs (mães vão me julgar) mas que você não consegue largar, pois sempre tem um sorriso gracioso em jogo, é injusto, é hipnotizante, é deslumbrante.


Quando penso que cheguei até aqui me orgulho, pois sei bem que não é nada fácil e eu conto com tanta ajuda, privilégios, são tantos que estão ao meu redor me dando apoio, ainda assim nada é suficiente, apenas eu na minha total insuficiência sou suficientemente capaz de controlar toda e qualquer situação.

Quão grandiosa é a palavra MÃE? Não tão grande quanto o ser MÃE eu garanto.

Dedicar-se na integra, doar-se de corpo e alma, abrir mão, suprir a questão, tapar toda e qualquer lacuna, dar e receber um amor tão puro, deixar de ser uma mulher e ser uma MÃE, que ato grandessíssimo.

Perde-se tanto, mas ganha-se um infinito, é uma escolha, mas uma escolha tão perfeita e tão dura na sua perfeição.

Eu sou imensamente grata a Deus por essa dadiva, respeito todas as opiniões e entendo perfeitamente as contradições, uma escolha assim é para a vida toda, ninguém deve faze-la se não tiver absoluta certeza, certeza aqui que não fara diferença nenhuma, afinal certezas é  o que realmente não temos, mas lá no fundo sabemos, vai dar tudo certo.


Cada dia que passa evoluímos um pouco, descubro que sou tão boa mãe e péssima ao mesmo tempo, sou ótima e horrível, sou perfeita e imperfeita, sou capaz e incapaz, mas eu sou uma mãe e o choro com certeza eu sei fazer calar.

Sei acalentar, sei fazer sorrir, sei fazer dormir, sei fazer acordar, sei brincar, sei dar de mamar, sei fazer gritar, sei fazer parar, sei fazer andar, sei fazer papar, sei como distrair só não sei mesmo é parar de me sentir assim, absolutamente feliz, porém constantemente sem dormir, preocupada 24 horas, meu bebê é absolutamente tudo pra mim, eu sinceramente não sei como é não se sentir assim.

Parece impossível estar ligado a alguém dessa forma, não sei se isso muda, estou apenas no sexto mês, mas nossa só de pensar lá na frente já dá aquela dor no coração, a gente é tão essencial no começo, no meio chega a ser indesejada, não sei só me parece assim rs, no final a gente volta a ser necessária e no fim somos absolutamente indispensáveis, sei lá, estou falando de um ciclo, uma vida inteira, o laço entre mães e filhos, tanto podem ser iguais quanto diferentes, mas no fim sempre se sabe, há uma mãe ou houve uma mãe, se é uma mãe.


Nesse mês das mães desejo às Mamães um feliz dia, e digo a todos que tenho muito respeito pelo seu ato, peço desculpas pelos erros dos filhos como filha que sou e me orgulho imensamente de passar para o lado de vocês sem nunca deixar de estar do outro lado, vida dupla essa a minha, de filha a mãe, nunca deixando de ser filha e agora sempre sendo Mãe.

Feliz dia das Mães para todas as Mães desse mundo, somos muito guerreiras em todas as nossas particularidades, guerreiras e vencedoras.

0 comentários:

Postar um comentário

0 comentários:

Postar um comentário

 

criado e codificado para o blog Kaly Magricela
cópia proibida © 2015